Marinha avisa à famílias de pescadores desaparecidos no Rio que é impossível encontrá-los com vida
Everaldo Rodrigues: um dos pescadores desaparecidos — Foto: Arquivo pessoal
Reunião de corporação e parentes aconteceu nesta terça-feira (2), no 1º Distrito Naval. Cópia de documento entregue a famílias será encaminhada à Polícia Civil, que também investiga o caso.
Por Eliane Santos
Uma reunião entre a Marinha do Brasil e os familiares dos pescadores desaparecidos desde o dia 13 de janeiro no mar da Barra da Tijuca, no Rio, encerrou de vez a participação da instituição nas buscas.
O encontro aconteceu nesta terça-feira (2), no 1º Distrito Naval, e serviu para entregar um relatório de tudo o que foi feito para tentar localizar Everaldo Rodrigues, de 48 anos, e Pablo Henrique, de 31. O terceiro pescador, Marcelo da Silva Barbosa, de 38 anos, teve seu corpo encontrado no dia 25 de fevereiro na Praia Mole, em Florianópolis.
“A reunião foi basicamente para explicar tudo o que a Marinha fez para tentar achar os meninos, mas que, depois de quase dois meses, é quase impossível achá-los com vida. A Marinha ainda vai manter um sistema de informação em que embarcações e aeronaves podem notificá-los caso visualizem alguma coisa no mar, mas é só”, disse Michele Cristine dos Santos, mulher do pescador Everaldo.
A documentação entregue às famílias dos pescadores também será repassada para a Polícia Civil, que está com um inquérito aberto, para ver o que a Justiça vai determinar.
“A gente tenta ter esperança, mas é muito difícil. A gente tenta acreditar que ele está vivo em algum lugar, mas ao mesmo tempo começa a se preparar para tudo de ruim. Essa reunião de hoje foi um baque. Eu estou destruída”, diz Michelle, que tenta se manter forte para a consolar a filha de 15 anos.
“Ela era muito agarrada com o pai. Está sendo muito doloroso para ela”, diz.
Três pescadores desaparecem no mar da Barra da Tijuca
No dia 13 de janeiro, Everaldo Rodrigues, Marcelo da Silva Barbosa e Pablo Henrique, saíram para pescar antes do amanhecer, por volta das 4h, no mar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e não foram mais encontrados.
A Marinha do Brasil realizou buscas por dez dias, mas encerrou a procura no dia 23 de janeiro depois de percorrer mais de 220mil quilômetros quadrados entre o Rio de Janeiro e o Paraná sem sucesso.
No dia 25 de fevereiro, o corpo de Marcelo da Silva Barbosa, de 38 anos, foi localizado na Praia Mole, em Florianópolis.
De acordo com os bombeiros catarinenses, o corpo de Marcelo foi avistado em alto mar por pescadores, por volta das 7h, e estava preso a uma boia. Segundo o Instituto Geral de Perícias (IGP), a identificação foi feita pela arcada dentária e o corpo foi sepultado na segunda-feira (1º) no Cemitério Xavier, no Rio de Janeiro.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/3/E/mwlfWrSJyqAZmOyc9Unw/marcelo-rj.jpg)
O corpo de Marcelo foi econtrado em uma praia de Florianópolis. — Foto: Redes Sociais/Reprodução